sexta-feira, 8 de julho de 2011

Saber Cuidar...

Não gosto de deixar os outros tristes por minha causa... Afinal, alguém que estuda medicina deve ter como sua máxima o cuidar dos outros! E cuidar com cuidado, com carinho, com doçura. Mas isso é um processo muito exigente.
Requer paciência, um olhar atento, um coração aberto... Não podemos deixar como nas camas dos hospitais, que nos toquem à campainha para ir ver o que se passa com a cama 5. A cama 5 é uma pessoa! E com aqueles que gostamos, também não podemos estar à espera de uma mensagem ou um ultimato, mas estar atentos a pequenos gestos e sinais de que nos querem ou precisam de nós.
Depois estas coisas do sentir são muito delicadas... quase como quando passam os dedos ao de leve pelo nosso corpo e sentimos um arrepio de cócegas. O cuidar é assim: leve, lento, doce. É saber tocar o outro na sua plenitude, mas sem fazer mossa. É despertar outro pro nosso carinho, mas sem o obrigar a sentir-nos.
A disponibilidade do coração é também muito importante. Porque mesmo numa sala atafulhada de caixas com coisas pra dizer ou pra fazer, devemos perceber quais os espaços que temos que abrir para deixar os outros serem em nós.

Acho que é tudo semelhante ao momento em que uma mãe gere um filho (que me preparo agora para rever para o exame). Em termos biológicos todo o corpo da mulher serve de gerador, dando a energia e nutrição ao pequeno feto! Acho que é o momento em que somos capazes de mais cuidar sem o sabermos, pela beleza de estar a moldar algo totalmente novo.
Se tornarmos os nossos dias uma oportunidade de criar sempre algo novo, acho que somos bem capazes de cuidar sempre com ternura.

Cuidar é delicado!
Amar é mais...

2 comentários:

Hannah disse...

Ouvi dizer que o texto podia confundir quem o lesse. Para tirar as dúvidas, foi um beijo que dei à minha mãe que me fez escrever tudo isto... :)

Vitor Hugo disse...

"se cuidas de mim eu..."