quarta-feira, 1 de setembro de 2010

E saiu isto...

Mais uma noite em que não consegui dormir. Assumindo esse facto como “um relógio mal regulado”, decidi usar as palavras sábias da Inês, no outro dia, e vim escrever...


Liguei de novo o Pc e comecei a escrever.

As frases eram confusas

sem fim, sem lógica, sem ser.

Mas logo me deitei a lançar temas ao ar

política é actual,

futebol é popular.

Mas nada disto enchia

as medidas do meu coração vazio.


Parecia Inverno, estava frio

e as coisas eram só coisas,

as teclas, botões enfim.


Nada naquele modo de ser era meu

impetuoso, viril...

Eu era doce não caril!


Então procurei acalmar,

sossegar o eco do coração

com o eco da razão.


Mas quem eu estava a enganar,

vivendo em passinhos de dança?

Eu sou tango!

Eu sou uma criança!


Eu sou o que me deixarem ser...

Farsa de bata branca,

sem certeza se quer fazer viver.

Afinal, não seria a morte

para o enfermo que está trôpego

melhor e maior sorte

que viver na cegueira do corpo?


Desculpem a minha escrita

o meu jeito de pensar...

Sabeis que nem uma mosca

tenho coragem de matar.

E se algum dia o moscardo

por acaso me não me for oportuno

faço da minha mão o mundo

Onde ela possa habitar.


Dei a mão, ou acho que dei

aqueles por quem passei,

mas mesmo assim sinto-me imunda

má rês, trapo, vagabunda!

2 comentários:

Inês disse...

Eh lá! Temos poetisa!
Não regules o relógio, que está bem assim... :)

Dás(-me) a mão tantas vezes, mesmo que muitas vezes não repares! Por exemplo, anteontem não me deste a mão mas deste-me a tua voz e musicalidade, que me derreteu toda...
Muito obrigada! Qual trapo, qual quê..

És linda!
Um beijinho da Minês ;)

João disse...

Desvarios das 2 da manhã...

Sabes bem o que vales e o bem que fazes aos outros e a ti mesma.

Dás a mão e dás muito mais do que imaginas.

beijo