quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Terapia Relacional


O fértil das relações humanas, o adubo... vá, o estrume que apodrecendo faz vibrar corações, soltar lágrimas e pactuar amizades com coisas tão simples como um aperto de mão...

Há civilizações em que a proximidade entre as pessoas, num simples aperto de mão, é vista como invasão da intimidade individual da pessoa ou mesmo segundas intensões... Alguém me consegue explicar isto???
Felizmente eis os latinos, o povo que toda a gente gosta pela sompatia, mas também que toda a gente julga pela leviendade de sentimentos e relações pessoais... Mas seremos mesmo assim tão afáveis?


Eis às hipóteses de um possível tratado filosófico às quais cheguei:
- Rimos, dançamos, convivemos... tudo ao bom tom de uma sociedade alegre. Mas eis que no âmago da questão quando nos perguntam se amamos os que estão ao nosso lado dizemos delicadamenete que ninguém sabe o que é o Amor, como se se tratasse de um sentimento tão utópico que nem sequer é digno do nosso marido/esposa; Já tentámos senti-lo?

- Gostamos de ser surpreendidos com um beijo, arrebatados nas malhas de uma paixão mas quando sentimos na pele o olhar doce de quem nos ama (a propósito, isso existe!) retraímo-nos e limitamos-nos a oferecer um beijo de um segundo para não ferir a susceptíbilidade dos que nos rodeiam. Já se lembraram que se não tivéssemos tanta vergonha de demonstrar esse amor puro e simples, talvez não tivessemos tantas depressões e aquelas coisas giras como o stress?

- E agora o sintoma mais recorrente a todos os seres humanos: Toda a gente gosta de miminhos, de uma palavra amiga, de um sorriso, um piscar de olho, um pequeno bom dia... No entanto, ao contrário do que seria de esperar, acordámos mal dispostos, grunhimos um bom dia entre os dentes, dizemos mal por mesquinhices insignificantes e ficámos tão zangados quando não nos fazem as vontades... Amigos (sim, porque já vos considero meus amigos por poder partilhar este bocadinho de imi contivosco) o único fruto a ganhar destas atitudes são rugas, daquelas inestéticas e não daquelas que vêm com o sabor da idade. Querem atenção?


Perante a descrição dos sintomas, se avaliarem que apresentam estás patologias a sugestão é muito simples. Comecem por dentro, por onde todos nós somos tão frágeis como uma pequena formiga e tão brutalmente odiosos como uma hiena... No nosso doce&sarcástico encontraremos as nossas necessidas, mas acima de tudo as nossas capacidades. E então possivelmente a conclusão será fácil: IUPI, EU TAMBÉM SOU UMA PESSOA HUMANA!

Deixem-se de pedir de mais quando dão de menos.
Amem (a propósito, isto é do verbo amar...)

6 comentários:

Anónimo disse...

Bem menina Clara, não posso concordar inteiramente ctg...isto porque, eu acho que tb há muitas pessoas que dão demais...e não é por o fazerem que de certa forma os outros as recompensam seja com amizade/amor. E aí chegam as desilusões e fragilidade de nos voltarmos a dar...duvidamos que algum dia encontremos amizades/amores verdadeiros com todas as letras...
Eu acho que é triste qdo forçamos os outros a gostarem de nós, unicamente pelo facto de que mtas vezes esses outros não nos merecem nem passarão a gostar mais de nós, mmo se fizermos os impossíveis para isso...triste é o facto de não acreditarmos suficientemente em nós mesmos para chegarmos a esse ponto, lutar por uma pessoa que não gosta de nós como nós gostamos dela...no fundo, o que cada um tem, é medo de no futuro próximo sentir solidão...

Anónimo disse...

O segredo está em descobrir que dando recebemos muito mais... E espero que vamos descobrindo isso juntos!
Sei que dando-me tu (e os outros) recebes mais, mas sobretudo sei, eporque experimento diariamente que dando também recebo de ti. E a razão é simples: o dar verdadeiro nunca é isolado porque só nos damos em relação... Beijo

Hannah disse...

Alexandra
Acho que a chave está em "não areditarmos o suficiente em nós mesmos". Acreditar faz-nos transbordar amor, mesmo sem nos empenharmos muito. Basta abrir o coraçºao e deixar voar...

Anónimo disse...

Alexandra parabéns pelo teu comentário, concordo plenamente quando dizes "é triste qdo forçamos os outros a gostarem de nós" mas infelizmente o coração humano, talhado para a relação criadora com o outro, acaba por se entregar ao seu egocentrismo forçando assim o outro a gostar de si. Sim é triste quando damos conta que estamos a forçar o outro a gostar de nós e por vezes utilizámos 'esquemas' muito simples como a permanente concórdia com tudo que vem dele...
O João disse o segredo, o segredo para vivermos recebendo dos outros; a nossa dádiva ao outro sem dele nada esperar leva consigo o selo da verdade que faz brotar no outro a necessidade da resposta... Na medida em que nos damos, recebemos; quem muito dá, muito recebe; quem muito se guarda, depressa apodrece.

Beijo
LuíSousa

Anónimo disse...
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Hannah disse...
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