Dia #7

Este dia é inteiramente dedicado à Dona Maria Luiza (as senhoras primeiro), que me prepara um pequeno-almoço fantástico, um óptimo assado e uma aletria única!

Nascida a 11 de Agosto de 1929, a história desta senhora podia servir de argumento para um documentário que retratasse muitas das pessoas que, como ele, passaram por dificuldades.

Tal como vos contei, o seu pai (Serino) era sapateiro. E até hoje acredito que ele foi o causador de a minha avó ser uma senhora prendada (vaidosa em linguagem corrente), que gosta sempre de andar muito bem arranjada! Graças à profissão do pai a minha avó e os irmãos puderam estudar.
No entanto, embora esperta, a minha avó só fez a terceira classe devido ao
falecimento do pai. Daquela época a minha avó recorda os lenços preto que lhe forçavam a usar à cabeça em sinal de luto.

A ajudar à perda do pai que tanto carinho tinha, eis uma ida forçada para a Maia, "servir" numa casa de alguém abastado (ou pelo menos mais que a nossa família), onde ela passava toda a semana. Ao fim-de-semana quando voltava a casa, era o berreiro total porque não queria voltar lá...
Até que um dia conseguiu conquistar o seu lugar e nunca mais ir.

A minha avó conta-me desses tempos um episódio caricato: A irmã (Rosa) trabalhava
no Porto e ía leva-la com ela para ver se conseguía algo para a irmã. No entanto à entrada da cidade não era permitido entrarem pessoas sem sapatos. Como a minha avó estava de socas teve que ficar todo o santo dia em Arca D'Água. no regresso a irmã trazia duas iscas que comeram pelo caminho, gastando assim todo o dinheiro ganho no próprio dia... (impressionante não?)

Mas as coisas conseguíram sorrir de um jeito diferente, vindo a minha avó morar para Ferreiró (sim, a aldeia onde eu moro), com a sua Tia e Madrinha (a mia). Entretanto (não sei bem quando) aprendia no Castelo a ser costureira, profissão que teve toda a vida.

Comentários

João disse…
Confirmo a aletria e acrescento a marmelada!

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