Será que eu conseguiria levar-te na mão?

Hoje é o meu dia de pausa, o descanso do guerreiro antes de se preparar para uma nova batalha. Poderia fazer mil e uma coisas que nada me pesariam na mente ou no corpo - afinal é esse o significado da palavra descansar! Mas será que a minha passividade seria real?

Passei adiante e comecei a arrumar as empilhadoras de livros e resumos espalhados pela secretária (como tantos estudantes o fazem) e no meio dessas folhas de árvore morta encontrei um planisfério bem deitado na secretária. Olhei pra ele e perguntei-me " Se estavas sempre aí porque é que não te vi? Porque é que não me dediquei a sonhar por entre as tuas cores?" A verdade é que eu nunca andei de avião, por isso seria fácil dedicar-me a estas viagens no imaginário... Mas tinha a mente demasiado ocupada pra me deixar levar!


Assim, a olhar o planisfério de cima, o mundo parece tão simples e plano, como se coubesse na nossa mão. Mas a verdade é que é feito de uma variedade imensa de gentes, bichos, terras, mares, cheiros, sons, sabores e saberes que aparentemente é impossível tê-los a todos na palma da mão.

Pois bem, toda essa diversidade e amplitude assustou-me:
O mundo é enorme mas todos os dias nós achamos que apenas o que nos rodeia faz sentido.
O globo pode ser de um tamanho gigantesco, que mesmo assim nós continuamos a aumentar o ego dos ídolos.
A natureza pode criar todos os dias coisas maravilhosas, que mesmo assim nós aplaudimos apenas o recriado por nós.


Então dei-me conta que a minha mão, por muito pequenina que seja, pode fazer a diferença:
Pode abrir, acarinhar e "Libertar um Sorriso"...

Gostava de ter a humildade de a abrir, não apenas para acolher as diferenças, mas sobretudo para acolher o laço mais puro que une a todos - o AMOR!

E quem sabe, abarcar todo o mundo na palma da mão...